08 de maio é o Dia Nacional da luta contra a endometriose, essa ação tem o intuito de mobilizar a população e conscientizar principalmente as mulheres acerca da importância de reconhecer os sintomas e buscar tratamento. A oficialização da data está em tramitação nas devidas comissões federais, sob o projeto de lei nº PL 6.215/13, mas já mostra um grande passo na luta contra a endometriose.
Para compreender melhor a doença e o papel do fisioterapeuta nos sintomas associados, conversamos com as fisioterapeutas especialistas em Saúde da mulher; Beatriz Frate, Lorrane Peixoto e Patrícia Coutinho, membros da equipe da Divisão de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da FMUSP.
O que é endometriose?
É uma doença caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste o interior do útero) fora da cavidade uterina. Podendo afetar diversos órgãos pélvicos como: no peritônio, tubas uterinas, ovários, ligamentos, intestinos e bexiga, resultando em uma reação inflamatória crônica.
Quais os principais sintomas?
Dor pélvica, infertilidade, cólicas menstruais intensas, dispareunia (dor na relação sexual), fadiga crônica, depressão, ansiedade, incontinência urinária, dor ao urinar ou evacuar, incontinência fecal, dor lombar dentre outros. Vale lembrar que além dos sintomas físicos, podem ocorrer sintomas emocionais.
Qual a prevalência da endometriose na população brasileira?
De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, a endometriose afeta hoje, cerca de seis milhões de brasileiras, ou seja, de 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva (13 a 45 anos), sendo que 30% tem chances de se tornarem estéreis. Apesar da baixa prevalência (2% a 4%) as mulheres no pós-menopausa também podem ser afetadas.
Como é feito o diagnóstico?
Segundo consenso da European Society of Human Reproduction and Embryology (ESHRE), o padrão-ouro para diagnóstico de endometriose é a laparoscopia com inspeção direta da cavidade e visualização dos implantes, não necessitando de biópsia para confirmação histopatológica. O exame físico pouco auxilia.
Quais as opções de tratamento existentes?
O tratamento da endometriose varia, dependendo da queixa da paciente, gravidade dos sintomas, idade, extensão e localização da doença. Os tratamentos mais utilizados são: medicamentoso, cirúrgico ou ambos. A eficácia dos tratamento é mensurada pela melhora dos sintomas. O Ministério da Saúde, sob portaria nº 879, de 12 de Julho de 2016 aprovou o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para a endometriose.
Qual o papel da Fisioterapia no tratamento da endometriose?
A fisioterapia atua na melhora das dores e de alterações na função do sistema urinário e intestinal. Diversos recursos podem ser utilizados no tratamento fisioterapêutico, tais como, cinesioterapia funcional, terapias manuais, eletroestimulação, treinamento dos músculos do assoalho pélvico, além da dissolução de pontos gatilhos que podem estar presentes na região pélvica e adjacentes.
Se você apresenta algum destes sintomas há mais de seis meses, procure um médico.
Autoras:
Beatriz Frate – Especialista em Saúde da Mulher HC-FMUSP
Lorrane Peixoto Jambeiro – Especialista em Saúde da Mulher HC-FMUSP
Patrícia Coutinho – Especialista em Saúde da Mulher UNIFESP
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