Todos os anos no dia 05 de maio, comemora-se o Dia Mundial de Higiene das Mãos, baseado no projeto da Organização Mundial de Saúde “Lave as Mãos, Salve Vidas”. Em 2018, a OMS colocou o enfoque na prevenção da Sepse, com o slogan: “Está nas suas mãos prevenir a sepsis nos cuidados de saúde”.
A campanha abordou a higiene das mãos como medida fundamental para a prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS), além de promover a segurança dos pacientes, profissionais e usuários dos serviços de saúde.
Na campanha do ICHC, a Subcomissão de Controle de Infecção Hospitalar (SCCIH) premiou algumas unidades com Certificado de Premiação Ouro em adesão à Higienização das Mãos, pois tiveram maior adesão durante aquela semana da campanha. Nesse período, a SCCIH distribuiu adesivos “Conscientização da higienização das Mãos” a cada momento de oportunidade. Desse modo, a unidade que ganhou foi aquela que teve durante a semana, maior número de adesivos distribuídos.
De acordo com a Dra Thais Guimarães (SCCIH), dentre as Unidades de Terapia Intensiva, “a UTI dos Queimados, como esperado, foi vencedora, pois têm uma prática já sabida de higienização das mãos por conta do perfil de seus pacientes, que denota um cuidado mais minucioso”. Dentre as Unidade de Internação, a ganhadora foi a Unidade da Gastrocirurgia, que também era esperado, pois essa unidade é bastante comprometida com a higienização das mãos.
Conversamos com a Dra Thais, que nos explicou sobre a complexidade desta campanha e a ação de lavar as mãos:
“Está em suas mãos prevenir a sepse na assistência à saúde”. Em 2018, esse foi o tema da campanha da OMS (Organização Mundial da Saúde) para o dia mundial de higienização das mãos (5 de maio), voltada aos profissionais da saúde. É difícil convencer um profissional de que ele deve lavar as mãos a cada vez que presta assistência ao paciente? Não é uma prática simples?
Não, pelo contrário, é muito difícil convencer as pessoas da importância da higienização das mãos mesmo a técnica e o momento sendo simples. No fundo as pessoas sabem a importância da higienização, mas no dia-a-dia com a correria das tarefas, fica difícil lembrar dos momentos corretos de higienização das mãos. A importância das campanhas é justamente essa, fazer com que as pessoas percebam a importância que elas já sabem e passem a adotar essa prática no seu dia-a-dia.
Qual a importância das atividades educativas na conscientização sobre o papel de cada um dentro de uma equipe multidisciplinar para a melhoria das práticas de higienização das mãos?
As atividades educacionais funcionam como uma forma de lembrete. Lembrar da importância da higienização das mãos com atividades educacionais, treinamentos, workshops, faz com que temporariamente as pessoas higienizem mais as mãos, porém depois acaba caindo em rotina. Por isso as campanhas educacionais devem ser repetidas periodicamente, porque funcionam como um lembrete da importância de medida.
Em relação à equipe de fisioterapia, a porcentagem de adesão é adequada? Há grandes diferenças entre unidades?
A fisioterapia é considerada a categoria profissional que mais higieniza suas mãos. Isso é visto tanto na literatura quanto nas nossas auditorias aqui no ICHC. A fisioterapia sempre está de parabéns porque ela tem uma adesão de 70% à higienização das mãos, e as vezes, até mais. É óbvio que isso varia de unidade pra unidade, mas quando somamos todas as unidades por categoria profissional a fisioterapia é a categoria que mais higieniza suas mãos, então a equipe da fisioterapia está de parabéns.
Aproveitando a colocação da Dra Thais, que sobre a participação da equipe de fisioterapia do ICHC, também conversamos o fisioterapeuta Ramon Domingues da Unidade de Terapia Intensiva dos Queimados, ganhadora do Certificado de Premiação Ouro em adesão à Higienização das Mãos.
Como é para você fazer parte da equipe multidisciplinar da unidade certificada com a premiação ouro durante a campanha de higienização das mãos de 2018 no ICHC?
No meu caso é muito gratificante poder participar da equipe multidisciplinar que aderiu essa proposta de higienização das mãos, poder contribuir para diminuir o índice de infecção na unidade de Terapia Intensiva e em queimados. É muito gratificante trabalhar com as pessoas que trabalhem em prol do paciente.
Você recebeu algum treinamento/atividade educativa em higienização das mãos aqui no serviço? Achou que foi útil e indispensável para alcançar o resultado da equipe?
Nós recebemos sim orientações e um treinamento com a Divisão de Fisioterapia do IC nos mostrando a importância de realizar o procedimento higienização contra infecções e não somente da Divisão, mas como também sempre foi muito visado isso na unidade, a chefia da Divisão de Queimados sempre nos orientou dando treinamento e sempre nos alertando sobre os malefícios de não higienizar as mãos e os benefícios de higienizar.
Sabe quais são os 5 momentos da higienização das mãos a fim de prevenir a transmissão de agentes infecciosos?
Sobre os 5 momentos de higienização é sempre importante a gente ter na cabeça os momentos, para quando for aplicar, realizar de uma forma mais eficaz, tendo objetivo de prevenir a infecção. Como primeiro momento, antes do contato do paciente, o segundo antes de realizar qualquer procedimento séptico, o terceiro após a disposição de alguns fluidos corporais seja secreção ou sangue, a quarta após contato do paciente e a quinta após contato com alguma área próximo ao paciente seja monitor, leito ou ventilador mecânico.
Como você avalia os esforços necessários para realizar uma boa higienização das mãos ao prestar assistência aos pacientes? É difícil? Demorado? Tem limitações estruturais?
Na realidade eu acho que não é um esforço eu higienizar minhas mãos antes de atender ao paciente, não é difícil, não é um procedimento demorado. Eu acho que é obrigação dos profissionais que trabalham com o paciente. Deve ter consciência da importância de lavar as mãos, para prevenir transmissão de infecção e não aumentar a permanência do doente na unidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 70% dos profissionais da saúde e 50% das equipes cirúrgicas não praticam rotineiramente a higienização das mãos. Para você, à que se deve a não adesão às práticas?
Na realidade eu acredito que todas as pessoas devem aderir à prática de higienização das mãos. Acredito que a não adesão das pessoas e profissionais é mesmo por falta de conhecimento sobre os riscos e os benefícios da higienização das mãos, sobre como são transmitidas infecções hospitalares, os malefícios que acometem os paciente quando eles adquirem as infecções hospitalares. Então é sempre bom reforçar isso, com treinamentos e mobilizações tanto do sistema único de saúde quanto do hospital sobre a importância da higienização das mãos. E que todas as pessoas continuem higienizando as mãos, e a Unidade Terapia Intensiva de queimados está de parabéns por ter atingido essa meta.
Texto: Marcos Christian Laranjeiras
Entrevista: Fabiane Nonato e Vanessa Santos
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