Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer

O Dia Mundial de Conscientização da Doença de Alzheimer é comemorado em 21 de setembro e tem o objetivo de conscientizar a população sobre a participação da família e da sociedade nos cuidados aos portadores da doença.

A Doença de Alzheimer é um dos tipos de demências mais frequentes e prevalentes no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, no Brasil já são mais de 1,6 milhões de pessoas acometidas e há uma estimativa que até 2050 o mundo tenha cerca de 135,5 milhões de idosos com Alzheimer.

É uma síndrome progressiva que afeta a capacidade cognitiva do idoso influenciando na sua capacidade funcional. Seus principais sintomas são: a perda de memória recente, dificuldade de planejamento e execução das tarefas, desorientação de tempo e espaço, alteração de humor, etc. Estes sintomas são progressivos e variáveis de idoso para idoso, dependendo da reserva funcional e cognitiva de cada um.

A evolução da doença não atinge apenas as questões físicas e cognitivas do portador, afeta socialmente e psicologicamente também. Há uma perda de identidade brusca, perda da sua história, perda de experiências, perda de memórias. E o papel da família e cuidadores é extremamente importante neste processo. Estas memórias devem ser estimuladas, resgatadas e valorizadas. Há um ser com uma bagagem de experiências que deve ser valorizado e respeitado em todas as fases da doença.

A fisioterapia em todas as fases da Doença de Alzheimer tem um papel de extrema importância para o paciente e para a família. A independência e autonomia deste idoso deve ser preservada o maior tempo possível tanto pelo fisioterapeuta, quanto pela rede de cuidado deste idoso. Exercícios para estimulação cognitiva e motora com tarefa única ou dupla tarefa, exercícios que estimulem a funcionalidade e as atividades de vida diária, atividades com pistas e sequenciadas, prevenção da síndrome do imobilismo em casos mais avançados ou de maior comprometimento motor, orientações de transferência para os cuidadores. Todos os exercícios devem ser orientados ao cuidador de maneira simples e clara, para que paciente receba diariamente os estímulos necessários para que a evolução dos sintomas sejam mais brandos e lentos. Nunca devemos esquecer que para um plano terapêutico temos que resgatar as memórias cognitivo-motoras deste paciente, respeitando suas preferências e experiências prévias.

A assistência e orientação à família são tão importante quanto a reabilitação do paciente. Não devemos esquecer que para o paciente ser bem cuidado, o cuidador também precisa ser bem assistido. Muitas vezes por não conhecer o prognóstico da doença a família infantiliza no cuidado, tiram a autonomia do paciente, não tem paciência com as oscilações dos sintomas e isto tudo pode gerar o estresse do cuidador. Como profissionais da saúde nosso papel também é educativo e de orientação.

Abaixo segue trailer de um documentário que relata o cotidiano de cinco famílias da periferia de São Paulo, que convivem e lutam para promover qualidade de vida aos seus entes queridos que convivem com a Doença de Alzheimer. Traz a realidade, as dificuldades, o desconhecimento e toda a esperança que estes núcleos familiares esperam neste cuidado. Emocionante e muito real, pois aborda exatamente o público que atendemos em nosso dia a dia nos serviços de saúde.

Texto: Deise Ferreira da Silva

Alzheimer na Periferia / Alzheimer on the Outskirts from Malabar Filmes on Vimeo.