Neuromodulação no Brasil

Evidências científicas apontam que as estimulações cerebrais não-invasivas podem ser fortes aliadas na recuperação de disfunções sensório-motoras, sugerindo que tais recursos podem auxiliar o tratamento fisioterapêutico. De fato, estudos revelam o benefício do uso da estimulação para o tratamento da espasticidade, dor, ataxia, distonia, fadiga, fraqueza muscular, discinesia, disfunção da marcha, apraxia, etc. Dentre as estimulações cerebrais não-invasivas, duas merecem destaque por serem mais estudadas em todo mundo, a estimulação elétrica transcraniana por corrente contínua (tDCS, do inglês transcranial direct current stimulation) e a estimulação magnética transcraniana (TMS, do inglês transcranial magnetic stimulation).

A fisioterapia se oportuniza, sobretudo, do uso destas técnicas para facilitar o treino e aprendizado motor e potencializar o efeito das outras técnicas convencionais. No cenário mundial, o uso das estimulações no âmbito da fisioterapia ainda é limitado. No entanto, o Brasil se destaca pelo seu pioneirismo em regulamentar o uso das técnicas de Neuromodulação na prática clínica do fisioterapeuta. Em adição, os brasileiros vêm se destacando na quantidade de produção científica envolvendo neuromodulação e reabilitação motora.

Neste cenário, a 2ª Conferência Nacional de Fisioterapia ICHC- FMUSP reunirá importantes especialistas para apresentar o estado da arte do uso da neuromodulação tanto para fins de avaliação, prognóstico e terapêutico em diversos campos de atuação da fisioterapia. Em destaque, discutiremos a aplicação das técnicas de neuromodulação também no esporte.

Texto: Profa. Dra. Kátia Monte-Silva

Professora Associada da UFPE

Coordenadora do Laboratório de Neurociência Aplicada – UFPE

Coordenadora do Departamento de Neuromodulação da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional- ABRAFIN.