O conhecimento da dinâmica circulatória encefálica é fundamental no planejamento terapêutico intensivo.
O encéfalo possui uma limitada reserva de combustível, ao mesmo tempo em que apresenta uma alta demanda energética, o que o torna um órgão criticamente dependente do fornecimento contínuo de oxigênio e substratos energéticos através do fluxo sanguíneo. Assim, o encéfalo necessita de mecanismos que mantenha a perfusão sanguínea adequada, garantindo sua integridade e funcionalidade.
Nas doenças críticas, como sepse, pós operatório de cirurgia cardíaca, acidente vascular cerebral e traumatismo crânio encefálico, os mecanismos que regulam o fluxo sanguíneo encefálico estão comprometidos ou abolidos, principalmente na fase aguda. Atualmente, há um insistente questionamento na literatura científica sobre a influência desta desregulação no aparecimento ou agravamento de lesões encefálicas nos pacientes críticos. Isto porque o comprometimento dos mecanismos regulatórios faz com que o fluxo sanguíneo encefálico não controle a alterações da pressão arterial causando danos irreversíveis ao encéfalo, como a isquemia cerebral por hipoperfusão (consequência da diminuição da pressão) e a hiperemia, edema ou hipertensão intracraniana (devido a hipertensão arterial).
Para um planejamento terapêutico intensivo adequado, o conhecimento da dinâmica circulatória encefálica é fundamental. Ao longo das últimas décadas, houve um aumento significativo do número de pessoas internadas em unidades de terapia intensiva (UTI). Simultaneamente, a sobrevida destes pacientes tem aumentado em consequência da evolução tecnológica, científica e da interação multidisciplinar. Contudo, um período prolongado de internação na UTI pode levar a inúmeras alterações respiratórias, físicas e cognitivas, bem como prejuízos funcionais após a alta hospitalar. Consequentemente, a atuação do fisioterapeuta dentro UTI vem se tornando cada dia mais essencial no manejo dos pacientes críticos. Os cuidados intensivos do fisioterapeuta giram, principalmente, entorno do gerenciamento respiratório (e de todas as atividades correlatas a otimização da função respiratória) e da funcionalidade física (priorizando medidas como mobilização precoce e manutenção da capacidade funcional).
Apesar da evidente melhora dos desfechos clínicos, há pouca evidência científica sobre o(s) efeito(s) da fisioterapia intensiva na homeostase circulatória encefálica em paciente críticos. O real entendimento da repercussão das condutas fisioterapêuticas proporcionará segurança adicional durante a realização da terapia e no acompanhamento do paciente, tornando a terapia mais segura e eficaz, reduzindo os fatores que potencialmente podem contribuir para eventos adversos.
Em nossa 2ª Conferência Nacional de Fisioterapia ICHC- FMUSP abordaremos questões importantes da circulação encefálica e de como esta poderá guiar os cuidados fisioterapêuticos em pacientes críticos.
Escrito por Dra. Angela M Salinet – Professora colaboradora FOFITO/FMUSP e pesquisadora da UFABC
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