O dia 15 de junho marca o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra as Pessoas Idosas, data instituída em 2006, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Rede Internacional de Prevenção à Violência à Pessoa Idosa (INPES). O objetivo é sensibilizar a sociedade para o combate das diversas formas de violência cometida contra a pessoa com idade igual ou superior a 60 anos.
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa PNPSI, aprovada pela Portaria nº 2.528/GM, do Ministério da Saúde de 19 de outubro de 2006, tem dentre suas diretrizes “a promoção do envelhecimento ativo e saudável”, que visa dentre outras, realizar ações integradas de combate à violência doméstica e institucional contra a pessoa idosa.
A seguir temos o relato de experiência da educanda Tamires Martins do Curso de Especialização de Fisioterapia em Gerontologia 2019:
“O I Seminário Estadual de Conscientização da Violência contra Pessoa Idosa ‘Quebrando o Ciclo de Silêncio’ nos trouxe o papel da família, sociedade e do estado perante esse assunto tão importante, porém não tão discutido. A América Latina tem o maior índice de violência, e no mundo 1 em cada 6 idosos sofrem algum tipo de violência, principalmente as violências que nem todos consideram violência, como a violência financeira e psicológica. São muito comuns as “Violências de sempre” aquelas que de tanto ser cometida já se tornou algo “normal” e “aceitável” pela sociedade e pelo próprio idoso, porém não deveriam ser toleradas.
A discussão dos palestrantes ressaltou como a sociedade vê o idoso de forma equivocada e preconceituosa: uma pessoa doente, frágil, inútil, uma criança, tirando assim toda sua autonomia. Em contrapartida se olhamos no cenário político quem governa nosso País são pessoas idosas, grandes pesquisadores e grandes exemplos de vida são pessoas idosas. Isso nos mostra o quanto essa população é importante e deve ser respeitada, e o quanto tem a transferir de conhecimentos e experiências as outras gerações.
Outro assunto questionado foi sobre quem deve cuidar do idoso. Na constituição fica claro que é dever da família dar todo amparo, porém a família de hoje mudou. Antigamente as famílias eram compostas por vários filhos que supostamente iriam cuidar de seus pais na velhice, porém nos dias de hoje isso não é mais realidade: a família não tem muitos filhos e com a inserção da mulher no campo de trabalho se tornou mais difícil esse cuidado, visto que a figura feminina era muito relacionada às tarefas do cuidado. Com essa nova configuração familiar, os idosos ficam desprovidos de cuidados, o custo de um cuidador domiciliar é alto, e no final acabamos testemunhando um cenário de um idoso cuidando de outro idoso, ou até mesmo, o abandono desse idoso em condições solitárias e precárias de cuidado. Também presenciamos o cuidado feito pela família que acaba largando tudo para se dedicar a isso, deixando sua vida, seus sonhos e conquistas de lado para cuidar, passando por muitas vezes estresse e ficando sobrecarregado, tudo isso vira cenário de violência, uma situação que explica, mas não justifica tal ato.
Diante disso, vemos que a família de hoje, talvez, não seja a melhor opção de cuidado e que as vezes considerar uma Instituição de Longa Permanência (ILPI) não seja a última o opção, como muitos pensam, mas sim a primeira. Esse idoso também é dever do Estado e medidas de ampliação de ILPI’s, Centro Dia, Repúblicas, casa-lar e a manutenção dos benefícios prestados a essa população talvez seja uma boa opção.
Este assunto é bem polêmico e cada dia faz parte do nosso dia-a-dia. Precisamos ficar atentos como profissionais de saúde a essas situações e notificar violências praticadas dentro do domicilio de nossos pacientes. “
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