A avaliação da funcionalidade e da incapacidade é fundamental para compreender a relação entre o indivíduo e sua condição de saúde, particularmente no que se refere aos conceitos de autonomia e dependência.
A Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF), desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde, tem sido adotada por muitos países e organizações internacionais como referência para classificação, registro de dados, políticas sociais e de saúde e legislação sobre deficiências e áreas afins. Ela analisa cada indivíduo em um contexto, de modo que funcionalidade e incapacidade são consideradas como resultados da interação entre as condições de saúde da pessoa e seu ambiente. Os componentes da CIF envolvem estruturas e funções de corpo, atividades e participação, além de fatores contextuais (ambientais e pessoais).
Dessa forma, é reconhecida a influência dos fatores pessoais sobre a funcionalidade específica do indivíduo, dos quais destacam-se o comportamento e a cognição.
O comportamento humano é a resposta a estímulos internos e externos e refere-se ao conjunto de todas as ações físicas e emoções observáveis associadas aos indivíduos. Além de ser determinado pela idade e pela genética, o comportamento é impulsionado em parte por pensamentos e sentimentos. O comportamento social, um subconjunto do comportamento humano, estuda a considerável influência da interação social e da cultura.
A cognição refere-se à um conjunto de funções mentais atuantes para a aquisição do conhecimento e se dá através de alguns processos, como a percepção, a atenção, associação, memória, raciocínio, juízo, imaginação, pensamento e linguagem.
Problemas relacionados à saúde mental interferem significativamente no comportamento e na cognição, o que pode frequentemente levar a incapacidades. Em um editorial recém publicado na Revista Pesquisa em Fisioterapia, as fisioterapeutas Juliana Barbosa Goulardins, Janette Zamudio Canales e Carla Oda referem que “em todo o mundo, a fisioterapia tem assumido um papel importante, sendo uma opção de tratamento não medicamentoso com destaque na prevenção, avaliação e tratamento de diversos problemas de saúde mental, que podem interferir na qualidade de vida e funcionalidade de crianças, jovens, adultos e idosos. A fisioterapia na saúde mental é uma área de atuação que estuda e trata os movimentos e a funcionalidade de pessoas com transtornos mentais e/ou sofrimento psíquico. Tem como objetivo otimizar o bem-estar, promover autocuidado, capacitando o indivíduo através da promoção do movimento funcional, consciência do movimento, atividade física e exercícios e reunindo aspectos físicos, mentais e sociais. Segue a abordagem centrada na pessoa e proporciona cuidados em todos os níveis de atenção à saúde e em todos os ciclos de vida do indivíduo com alterações de saúde mental, sejam elas leves, moderadas ou graves, agudas ou crônicas. Os fisioterapeutas que atuam em saúde mental podem contribuir com equipes multidisciplinares e cuidados inter-profissionais, utilizando-se de abordagens terapêuticas baseadas em evidência.”
Quer saber mais? Essa temática será abordada no Curso Pré-Conferência Nacional de Fisioterapia: “Funcionalidade, Comportamento e Cognição”, que constitui uma parceria entre a Divisão de Fisioterapia do Instituto Central e o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas – FM/USP.
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