Como você cuida do cuidador?

Cuidar de alguém exige atenção, cautela, zelo e é uma atitude de preocupação, ocupação, responsabilização e envolvimento afetivo com quem está sendo cuidado. Assim, ao cuidar passamos a participar do destino do outro, de suas buscas, sofrimentos e sucessos. Uma doença sempre acaba afetando não só o paciente, mas atinge toda a família. Quanto mais grave a doença, pior a situação dos familiares cuidadores. E você, como parte dessa equipe de cuidados, como ter abordado os cuidadores de seus pacientes?

O fisioterapeuta Rogério Abe, que falará do assunto no evento pré conferência, II Curso Funcionalidade, Comportamento e Cognição, comenta que: “Nessa esteira dos cuidados, os cuidadores acabam passando por abalos psicológicos, físicos, sociais e espirituais. O cuidador, seja este formal (contratado) ou informal (voluntário), precisa saber cuidar do paciente e de si mesmo. O que costumeiramente vemos é um familiar sendo o responsável por correr atrás das informações acerca da doença, de profissionais especializados para o cuidado, de cuidadores (no caso de contratação) ou mesmo assumindo todas as funções e esquecendo de si mesmo. Esses cuidadores, muitas vezes, acabam impedindo a independência do paciente o que gera acomodação ou agressividade por parte deste. É importante estimular essa independência.

É preciso que o cuidador reserve um período do seu dia ou que crie uma rotina onde ele possa pensar somente em si. Um tempo onde ele possa realizar atividades prazerosas (artes, atividades físicas, leitura, etc) sem a necessidade e/ou obrigação de cuidar do outro. Porém, para que tudo isso aconteça, é importante que o cuidador conheça a si mesmo. É comum a necessidade de internação do paciente por “stress do cuidador”. Cuidadores dedicados mesmo quando estão num momento de stress, têm dificuldade em aceitar que é preciso se cuidar. O discurso mais comum é o de que é pior ficar em casa, longe do paciente, pois não consegue relaxar pensando no paciente. Criar o hábito de cuidar-se é fundamental para a continuidade do bom cuidado com o seu doente”.

Edição: Juliana Barbosa Goulardins