A impressão 3D de tecidos e órgãos já não é mais um enredo de ficção científica. A bioimpressão já utiliza material biológico para construir tecidos que nos permitem atualmente, realizar testes de medicamentos e cosméticos, e poupar os animais de participarem de pesquisas. E em um futuro próximo, vislumbrar a impressão de órgãos, permitindo que pessoas que esperam por um órgão para transplante, sejam contempladas de forma assertiva e com muito menos tempo de espera na fila.
A impressão 3D de tecidos e órgãos iniciou através da impressão de próteses utilizadas em cirurgias. O médico e equipe envolvida, a partir de exames de imagem do paciente, começaram a fazer a impressão em equipamento 3D para a confecção da prótese que seria utilizada na cirurgia de forma customizada. Esse é um recurso que vem sendo desenvolvido e utilizado com cada vez mais propriedade pela equipe envolvida no processo, incluindo o médico e até o engenheiro ou o programador, uma verdadeira equipe multidisciplinar.
Os biomodelos tem sido atualmente, muito utilizados na medicina. A partir de exames de imagem são impressos órgãos inteiros de um paciente, contendo as características anatômicas e inclusive a doença que está acometendo aquele tecido, como um tumor, ou uma fratura, ou a alteração de um vaso. Esse recurso permite que os médicos possam estudar e planejar melhor o procedimento cirúrgico ao qual o paciente será submetido. Esse recurso parece estar reduzindo o tempo de cirurgia e os custos envolvidos, além de permitir que a equipe médica esteja mais familiarizada com o procedimento que irá efetuar. Outras aplicações vêm sendo alcançadas com os biomodelos, como um avanço nos recursos no estudo dos alunos de medicina, e, inclusive, no momento de explicar ao paciente o processo que ele está passando e o procedimento ao qual será submetido.
Os biomodelos foram feitos de material plástico inicialmente, e atualmente, se utilizam também os materiais biodegradáveis aplicados aos modelos de órgãos e tecidos, para sustentar células vivas, que serão implantadas durante uma cirurgia (estruturas do ouvido, ossos e músculos estão sendo testados em animais), esses tecidos vem se mostrando funcionais, e vasos sanguíneos conseguem se desenvolver e manter as células vivas, tempo suficiente para se integrarem ao organismo.
A bioimpressão já é uma realidade e a expectativa de em pouco tempo, provavelmente 5 anos, podermos observar a impressão de um órgão inteiro, que pode vir a salvar vidas de pessoas que esperam por um transplante. Hoje em dia, a bioimpressão de tecidos, como da pele (epiderme e derme) já são realidade, e permitem que testes de medicamentos e cosméticos possam ser feitos no tecido humano, e os estudos caminham no sentido de que possam vir a ser usados em pessoas vítimas de queimaduras. Outros tecidos vem sendo estudados como cartilagem, osso e músculo, e inclusive, fígado, sendo promessa para o tratamento de muitas doenças. Pesquisadores da Northwestern University, em Chicago, imprimiram e implantaram ovários em roedores, os receptores foram capazes de conceber e dar à luz.
A bioimpressão é feita através do Sistema Integrado de Impressão de Tecido e Órgão (Itop) e utiliza desde os materiais plásticos ou biodegradáveis, até tecidos como a biotinta. As biotintas são recheadas de proteínas, células e componentes biológicos para a construção do tecido. O processo inicial é feito no computador, a partir daí, se organiza o modo de impressão utilizando a biotinta de forma ordenada, e pode-se criar um tecido específico do corpo.
Os estudos com órgãos despertam o interesse de instituições públicas e privadas, hospitais e universidades, no entanto, os estudos em humanos ainda precisam verificar questões importantes, como quanto tempo um órgão impresso pode sobreviver. Os estudos também, ainda precisam de regulamentação das instituições e agências de controle. No entanto, essa tecnologia nos permite sonhar com dias melhores para muitos pacientes, e no manejo de muitos tratamentos.
Texto: Catarina Boffino
Referências:
https://super.abril.com.br/ciencia/orgaos-impressos-em-3d-poderao-ser-usados-por-humanos-em-breve/; acesso em 07/12/2018
https://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/03/medicos-fazem-orgaos-humanos-em-impressoras-3d.html; acesso em 07/12/2018
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