Uns dos temas mais discutidos na Medicina 4.0 (a nova era da medicina) envolve prevenção e autorresponsabilidade com a saúde. Estes dois tópicos estão contidos numa área da medicina que vem ganhando espaço que é o “medico do estilo de vida”. O dr. João Paulo trabalha nesta área desde a sua formação na residência como médico do esporte e estará na nossa 2ª Conferência Nacional de Fisioterapia ICHC FMUSP compartilhando seu conhecimento.
Em uma breve entrevista, ele contou para gente o que será abordado na sua palestra na conferência e aprofundou um pouco mais sobre o “healf life style”. Veja abaixo:
O médico do esporte é uma especialização médica em ascensão no Brasil e o termo “life style medicine” coube muito bem para estes profissionais. Qual é o papel do médico do esporte e o que este termo significa?
O médico do esporte tem uma formação ampla e estuda vários aspectos relacionados com a saúde de atletas e praticantes de atividade física. Entre estes aspectos estão alimentação, sono, volume de atividade física, recuperação após treino, prevenção e recuperação de lesões. O termo “Lifestyle Medicine” que no Brasil vem sendo chamado de “Medicina do Estilo de Vida” denomina uma área de atuação da medicina que tem como enfoque mudanças de estilo de vida para prevenção, controle e tratamento de uma série de doenças crônicas. Não é uma área nova (a maioria das recomendações de tratamento de patologias crônicas como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares aborda mudanças de estilo de vida), mas na abordagem da Medicina do Estilo de Vida, esta mudanças são o principal foco do tratamento do paciente. Sendo assim, muito do conhecimento adquirido na formação do médico do esporte pode ser usado em uma abordagem baseada em Medicina do Estilo de Vida.
Temos percebido que, ao longo dos ultimos anos, as pessoas tem valorizado mais a exposição de uma vida saudável. Especialmente nas redes sociais, postagens praticando algum exercício físico ou realizando uma refeição nutritiva está “em alta”. Ao mesmo tempo, profissionais da saúde tem aproveitado estas plataformas para expor seu trabalho. Você acha que o profissional da saúde pode utilizar as redes sociais a seu favor e de seus pacientes? Qual o risco essas mesmas redes sociais podem oferecer? Quais dicas você sugere para não cairmos nas fake news da saúde?
É possível para os profissionais de saúde usarem as redes sociais em benefício próprio e dos pacientes. É importante sempre estar atento ao que recomendam os conselhos de classe com relação ao conteúdo e forma como deve-se fazer este uso. Não se deve fazer promessas de resultados, mostrar imagem de antes e depois de pacientes e nem orientar tratamentos. O conteúdo deve ser mais informativo e sempre é importante recomendar uma avaliação presencial já que cada caso tem suas particularidades. Para evitar as fakenews da saúde é importante estar atento a promessas de resultados rápidos e garantidos, conteúdos sensacionalistas e sempre conversar com algum profissional de confiança antes de tomar qualquer decisão.
A medicina esportiva é conhecida por trabalhar sempre com uma equipe multiprofissional. Dentro desse contexto da promoção de uma vida saudável para seus pacientes, em que momento você acha que o fisioterapeuta pode atuar? Como é a sua relação com os fisioterapeutas da sua equipe?
No trabalho do médico do esporte o fisioterapeuta atua junto no momento da avaliação, tratamento e retorno ao esporte/atividade do paciente nos casos de dores ou lesões musculoesqueléticas. Existe também a possibilidade de realizar trabalho de prevenção de lesão e até ganho de performance na avaliação do gesto esportivo.
O tema central da 2ª Conferencia Nacional de Fisioterapia ICHC FMUSP é inovação. De acordo com esta temática, como você acha que a tecnologia poderá auxiliar as pessoas em busca de um estilo de vida mais sáudavel e como você espera que seja a participação dos profisisonais da saúde no futuro na vida dessas pessoas?
A tecnologia irá automatizar processos e analisar dados com muito mais rapidez e praticidade. Também será possível fazer um monitoramento mais específico e em tempo real da saúde das pessoas. O papel dos profissionais de saúde será mais voltado à discussão de propostas terapêuticas e acompanhamento do tratamento de acordo com particularidades de cada indivíduo.
Escrito por: Marcela Rocha
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